quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Como funciona nosso corpo: a circulação

Todas as nossas células precisam receber os nutrientes que digerimos e o oxigênio que respiramos para poderem trabalhar e nos manter vivos. Além disso, precisam ter suas excretas recolhidas para que não morramos intoxicados pelo nosso próprio lixo.

Para que isso ocorra, essas diversas substâncias - junto com muitas outras, como hormônios - precisam circular pelo organismo, se locomovendo de um lugar para outro. Para isso serve o nosso sistema circulatório, composto pelos vasos sanguíneos e pelo coração.

Já o encarregado de carrear essas substâncias por nossas estradas internas é o sangue.


Quando eu era pequena eu imaginava que fossemos como uma bexiga cheia de sangue. E eu não entendia como nosso corpo podia ser cortado em cirurgias sem que nosso sangue escapasse por completo. Para alguns pode parecer absurdo, mas ainda há quem imagine dessa forma.

O que acontece é que temos um sistema circulatório chamado "fechado". Isto é, nosso sangue corre somente dentro dos vasos e se tiver sangue fora deles alguma coisa está bem errada. Por isso os médicos cirurgiões são muito bem treinados com relação à anatomia para que não perfurem vasos importantes durante um procedimento cirúrgico.

Foto da internet mostrando o momento de uma cirurgia: veja como não somos um saco de sangue; nosso sangue corre perfeitamente dentro de vasos.


Mas alguém aí pode falar: "Mas quando sofremos qualquer cortinho besta já sangramos...". É verdade. Vou explicar: se todas as células do nosso corpo precisam receber o sangue, ele precisa chegar até as áreas mais remotas, nossas extremidades. Para isso, nossos vasos vão se ramificando, como se fossem galhos de árvores, e vão ficando mais finos quanto mais perto das suas células-alvo. Dessa forma, o sangue chega em todos os cantos, levando e trazendo tudo o que uma célula precisa. O sangramento que acontece nos nossos cortinhos e arranhões, provém da ruptura desses pequenos vasinhos superficiais, mas é em pequeno volume, podendo coagular e estancar rapidamente.

Quando eu falo "vaso sanguíneo", a maioria deve pensar nas veias, como eles popularmente são chamados. Mas nem todos os vasos sanguíneos são veias. Existem também as artérias e os capilares.



Para explicar isso, vamos entender um pouco de anatomia. E vamos começar pelo mestre, o coração.


Ele fica alojado em um espaço entre nossos 2 pulmões, também protegido pela caixa torácica. O coração é dividido em 4 câmaras (2 átrios, em cima, e 2 ventrículos, embaixo). O sangue sempre entra no coração através de uma grande veia que se liga aos átrios e sai por uma artéria que se liga aos ventrículos. Pra visualizar melhor:
  • do lado esquerdo do coração, as veias pulmonares trazem o sangue cheio de oxigênio vindo dos pulmões. Esse sangue entra no átrio esquerdo, passa para o ventrículo esquerdo e segue pela artéria aorta (essa é famosa, heim!) para ser distribuído para as células do nosso corpo;
  • do lado direito do coração, as veias cavas trazem o sangue pobre em oxigênio e rico em gás carbônico, vindo das nossas células que já respiraram. Esse sangue entra no átrio direito, passa para o ventrículo direito e segue pela artéria pulmonar para os pulmões;

    Esquema simplificado do coração humano mostrando suas 4 câmaras e os principais vasos

    Clique aqui e assista a um vídeo curto que ilustra o ciclo cardíaco.
    
  • nos pulmões esse sangue terá seu gás carbônico removido, será novamente enriquecido com oxigênio através da respiração e voltará ao coração novamente pelas veias pulmonares.... É um ciclo fechado. E observamos que esse ciclo tem um circuito curto (circulação pulmonar), entre o coração e o pulmão e um circuito grande (circulação sistêmica), entre o coração e o restante do corpo.

Esquema que ilustra a circulação pulmonar e a circulação sistêmica
Entre essas câmaras do coração e entre os ventrículos e grandes vasos que se ligam à ele existem válvulas (chamamos de valvas) que mantém o sangue fluindo em uma única direção.

Imagine: o sangue entra no ventrículo esquerdo através do átrio esquerdo: se não existisse uma válvula nessa transição, durante a contração do ventrículo (sístole) o sangue poderia refluir para os pulmões ao invés de seguir rumo ao corpo, causando uma congestão pulmonar.

Doenças nessas válvulas do coração (temos 4 valvas) são chamadas valvopatias e podem ser graves.

O barulhinho de TUM-TÁ que o coração faz nada mais é do que o som do fechamento dessas valvas. O médico tem os ouvidos treinados para detectar alterações nesse som, que podem indicar uma série de doenças.

Esquema que mostra o ciclo do coração: sístole é a contração do músculo; diástole é o relaxamento.
Rede elétrica do coração

O coração bate num ritmo médio de 70 vezes por minuto, podendo variar entre 60 a 100 vezes, dependendo da pessoa, estilo de vida, etc.

Os músculos do coração são equipados com uma eficiente rede elétrica que transmite os sinais para os batimentos corretos.

Quando nos exercitamos, nossos músculos precisam de mais oxigênio do que o normal e isso faz com que nosso coração receba instruções para bater mais rápido, levando mais sangue e, consequentemente, mais oxigênio.



Sabendo um pouco da anatomia do coração, entendemos que as veias são os vasos sanguíneos que entram no coração, vindo ou dos pulmões ou das nossas extremidades e órgãos. Já as artérias são os vasos que saem do coração e seguem em direção aos pulmões ou às nossas extremidades e órgãos.


Sendo assim, é errado dizermos que as artérias só carregam sangue rico em oxigênio e as veias, sangue pobre nesse gás. Isso só é válido quando pensamos no circuito grande (circulação sistêmica, entre o coração e o restante do corpo). No circuito pulmonar ocorre o inverso.


E outra coisa: na nossa anatomia real as veias não são azuis e as artérias não são vermelhas!! Os desenhos são padronizados dessa forma somente para facilitar a diferenciação.
Na realidade não somos coloridos: veja a veia ao lado da artéria. O sangue venospo, porém, é um pouco mais azulado por conter menos quantidade de oxigênio. Só isso.

Já os vasos capilares são os vasos bem ramificados e finos, que se encontram nos nossos órgãos - inclusive pulmões - e nas nossas extremidades. É nos capilares que as substâncias podem entrar e sair do sangue, lá ocorrem as trocas.


Como o sangue não "corre" por si só, o coração faz o papel de bomba, que impulsiona o sangue pelos vasos. Como uma bomba de água mesmo. Por ele ser um órgão muscular, ele se contrai para empurrar o sangue de dentro dele através das artérias, rumo ao seu destino. Sua força deve ser suficiente para movimentar todo esse circuito - até o sangue chegar de volta pelas veias. Haja força! E quanto mais força o coração tem que fazer para o sangue chegar nos capilares mais distantes, mais musculoso o coração fica. Mas músculos demais em um órgão que não é tão grande pode ser prejudicial e causar doenças.


Como as artérias são os vasos que recebem o sangue bombeado diretamente do coração, elas devem poder suportar uma pressão maior. Por isso elas têm uma parede mais muscular e mais elástica. Quanto mais as artérias vão se distanciando do coração, mais finas vão ficando suas paredes, até se transformarem nos capilares.

  


Válvulas das veias

Os capilares, por sua vez, se transformam em veias e o sangue começa a voltar ao coração. Aí o sangue já não tem mais tanta força e pressão, por estar longe do coração. Assim, as paredes das veias podem ser mais finas que as das artérias.



No entanto, pelo fato de o sangue não ter mais tanta pressão nas veias, ele precisa de uma ajudinha para fazer esse caminho de volta. Por isso as nossas veias também contém válvulas em seu percurso, para evitar que o sangue reflua, fazendo-o sempre seguir em frente.



Quando há algum problema nessas válvulas o sangue não consegue voltar para o coração e se acumula nas veias, deformando-as. Assim começam as varizes.



Para ajudar o sangue a circular bem pelas veias, temos que exercitar nossos músculos, pois, quando eles se contraem, eles funcionam também como uma bomba, pressionando os vasos e fazendo o sangue seguir.



Isso é muito importante nas pernas, pois lá o sangue tem um longo caminho para subir, ainda vencendo a resistência da gravidade! Por isso é importante movimentarmos a "batata da perna", ou panturrilha, quando permanecemos muito tempo parados, em pé ou sentados.



Tudo o que foi explicado aqui está muito bem ilustrado com imagens reais do corpo humano nessa sequência de 3 vídeos sugeridos.

Basta clicar em cada um deles:


Vídeo sugerido III




Se tiver dúvidas ou sugestões, deixe um comentário abaixo.

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Como funciona nosso corpo: a respiração


Bem, já entendemos que para pararmos em pé precisamos alimentar nossas células através do processo de digestão. No entanto, para que as nossas células possam transformar aquelas pequenas partículas de alimentos em energia para o trabalho do dia-a-dia elas precisam do oxigênio.

A forma que nosso corpo consegue captar o oxigênio do ar e entregá-lo às células é através da respiração. Sim! É para isso que respiramos sem parar! São quase 25 mil respirações por dia.

Sem energia nossas células não funcionam e, consequentemente nada no nosso corpo funciona: não pensamos, não andamos, não sentimos, nada. Acho que assim fica claro para todos a importância de respirarmos um ar de qualidade e de ingerirmos alimentos de qualidade.

Se você for se informar sobre a respiração em textos técnicos médicos possivelmente vai se cansar por conta da quantidade de gráficos, cálculos de pressão, volume, etc. Por isso vou me esforçar para explicar aqui o que é relevante para o entendimento e de forma bem simplificada.
Tudo acontece no sistema respiratório.



Esquema mostrando as estruturas do sistema respiratório
Ele começa no nariz, passa ela garganta (faringe), depois laringe, inclui a traquéia, os brônquios e suas ramificações até chegar nos pulmões (sim, temos dois, um direito e um esquerdo). E para que esse sistema funcione como um bom aspirador de ar temos a caixa torácica e o músculo diafragma.

A caixa torácica é composta pelos ossinhos das costelas e pelos músculos entre eles. Os ossinhos formam uma verdadeira grade que protege essa parte tão importante do corpo, que contém os pulmões, o coração e vasos sanguíneos vitais. Os músculos entre os ossinhos trabalham (se contraindo e se distendendo) para movimentar essa "grade" quando enchemos o peito de ar ou o esvaziamos.

O diafragma é um músculo que fica logo abaixo dos pulmões, separando a caixa torácica da barriga. Ele é fundamental para a respiração pois é devido seu movimento que sugamos o ar do ambiente. Funciona assim:
  • se o diafragma se contrai, ele se move para baixo, em direção à barriga; os pulmões o acompanham, ficando maiores em volume (consequentemente com uma pressão menos) e "sugando" o ar do ambiente. Quando o ar entra chamamos de inspiração.
  • Se o diafragma se relaxa, ele volta para cima, contrai os pulmões e expulsa o ar novamente para fora. Essa é a expiração.

Esquema que mostra como puxamos e expelimos o ar conforme o movimento do músculo diafragma
Quando o ar é sugado para dentro, é normal que ele entre pelas narinas (os buraquinhos do nariz). O nariz foi cuidadosamente projetado para receber esse ar direto do ambiente. Ele possui estruturas internas cheias de vasos sanguíneos que passam parte do calor do nosso corpo ao ar que entra para que ele não resfrie tanto nossos pulmões. Além disso, o nariz e a parte inicial do tubo respiratório possui muco e cílios que filtram as impurezas para que essas não entrem em nós:
  • o muco é uma secreção gosmenta, que contém substâncias de defesa contra microorganismos invasores, onde a pequena sujeira do ar se gruda  (agora você já sabe de quê as caquinhas, ou "catotas" são feitas!) para ser expelida ou engolida.
  • os cílios seguram partículas grandes, como uma teia de aranha, uma rede. Eles também fazem um movimento de "varrer", varrendo o muco para a região da garganta onde pode ser finalmente expelido junto com toda a sujeira.
Algumas pessoas que têm importantes desvios de septo ou adenóides grandes têm dificuldades de respirar pelo nariz e acabam respirando pela boca. Com isso elas perdem esse primeiro filtro de ar e acabam por inspirar ar com mais impurezas.
Respiração bucal
Os fumantes também acabam por perder essa primeira defesa, pois o fumante acaba por perder esses cílios, inspirando ar com ainda mais impurezas e formando o pigarro, pois o muco não é varrido para a garganta para ser expelido naturalmente.

Então, o nariz aquece, umedece e limpa o ar inspirado. A partir daí esse ar é levado através da garganta (chamamos de faringe) para a laringe. Na laringe existe uma válvula, chamada de epiglote, que separa - a partir de agora - o tubo destinado à digestão (lembra do esôfago?) do tubo destinado à respiração. A epiglote direciona o ar para o tubo respiratório, onde ficam as cordas (chamadas corretamente de pregas) vocais e seguindo para a traquéia. Quando engasgamos, algo que era para ir para o tubo digestivo entra pelo o tubo errado, obstruindo a respiração.

A traquéia é um tubo de músculo (também com cílios) revestido por anéis de cartilagem (para que possa permanecer em formato de tubo) que se divide em 2 brônquios, direcionando o ar para o pulmão direito e esquerdo. Ela se inicia ainda na região do pescoço e logo se protege no interior da fortaleza torácica.

Os brônquios, por sua vez, vão perdendo os anéis de cartilagem, se ramificam em tubos cada vez menores e suas paredes vão se tornando ainda mais finas. Assim como galhos de uma árvore, as ramificações dos brônquios (bronquíolos) acabam por cobrir toda a extensão dos pulmões terminando em estruturas muito finas chamadas de alvéolos.

Os alvéolos são os pequenos "saquinhos" de ar que compõem o pulmão. Suas paredes são finas e sempre em contato com algum vaso sanguíneo. Isso faz com que o oxigênio que inspiramos possa "atravessar" essa parede e seguir através do sangue (nossas rodovias) para todas as células que precisam dele. O processo de transporte através do sangue será melhor explicado na postagem sobre a circulação.


Quando nossa célula usa o oxigênio para transformar o alimento em energia, esse processo gera como resíduo o gás carbônico e água. Esses resíduos são devolvidos ao sangue e voltam pelas estradas aos mesmos alvéolos, atravessam suas paredes e são finalmente misturados ao ar do ambiente com a expiração. Por isso que quando respiramos próximo ao espelho ele embaça rapidamente: eliminamos água!
Respiração celular: consome nutrientes e oxigênio e elimina gás carbônico e água
Veja tudo isso com imagens incríveis nos vídeos sugeridos:

O sistema respiratório I
O sistema respiratório II
O sistema respiratório III








quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O que devemos saber sobre primeiros socorros?

Esse texto é meu e foi publicado no Blog do Indike. Lá, você também pode encontrar informações de diversas áreas, ecritas pelos profissionais e também direcionadas para o público leigo.
 A maioria das pessoas não tem treinamento de socorrista, mas qualquer um pode, a qualquer momento, se deparar com uma situação inusitada em que precisará prestar socorro à alguém necessitado. E aí, o que fazer?
 
Mantenha a calma. Você não é obrigado a fazer nada que você não se sinta capaz. No entanto, deve saber o que não fazer, para não prejudicar a vítima ou você mesmo. Pare e pense! Não faça nada por impulso. Veja se no local há algum médico, enfermeiro, bombeiro ou policial para que possam ajudar nesse tipo de situação. Se não houver, tome a frente.
Avalie a cena. Essas informações serão muito importantes para passar ao serviço de socorro, principalmente em casos de acidentes de trânsito. Veja o número de vítimas, se estão conscientes, se há pessoas presas em ferragens, se há risco de incêndio e por aí vai.
Garanta a segurança: sua, da vítima e dos demais. Antes de tomar qualquer atitude, proteja-se e proteja o local! Nunca se exponha a riscos: se for um acidente de trânsito, peça a ajuda aos demais para sinalizar e proteger o local, mantendo a vítima e o socorro em segurança. Nunca toque em sangue ou secreções sem proteção.
 Mantendo-se calmo, com tudo analisado e em segurança, chame por ajuda. Peça para alguém chamar o serviço de emergência através do 192 e passe as informações do ocorrido de forma objetiva, sem pânico e não se esquecendo de passar o endereço correto de onde vocês estão (acredite, isso muitas vezes é esquecido...)!
Enquanto espera o socorro profissional, você pode ajudar com o mínimo necessário em favor da vítima. Basicamente, para que a vida seja mantida até a chegada do serviço de emergência, você deve ter em mente que a vítima deve respirar e não perder grandes quantidades de sangue.
Faça contato com ela para saber se ela está consciente ou não. Se estiver consciente, acalme-a e diga que a ajuda já está a caminho. Se ela estiver falando, ótimo, pois significa que ela respira e que o coração está funcionando! Se ela estiver inconsciente, procure observar se ela está respirando e sentir se o coração está batendo. Não se afobe, identificar uma parada cardíaca ou respiratória exige um mínimo de treinamento. Se tiver dúvida, ou se perceber que a respiração ou os batimentos do coração não estão normais, o melhor a fazer é ligar novamente para o 192 e pedir orientações sobre como agir até que o socorro chegue. Nesses casos, uma massagem cardíaca mal aplicada poderá ser prejudicial.
Se for uma situação de acidente de trânsito, atropelamento ou queda, não movimente a vítima e a oriente. Também não tente remover capacetes. Mantenha a cabeça imobilizada, segurando-a pelas orelhas e impedindo que o paciente a vire. Isso porque sempre devemos considerar que uma vítima de trauma pode ter alguma lesão nas vértebras do pescoço, que, se movimentada, pode provocar paralisia irreversível. Nesses casos, a vítima só deve ser movimentada por profissional treinado ou em casos extremos, se houver perigo imediato, tal como incêndio, risco do veículo cair, ou seja, algum risco real e incontrolável.
Outra tarefa simples e que pode ajudar muito na manutenção da vida é controlar algum sangramento importante. Para isso, você deve primeiro proteger-se com luvas ou sacos plásticos limpos para não se contaminar. A técnica mais simples e eficaz é comprimir o local do sangramento com um pano limpo. Veja: não estamos falando de ficar limpando o ferimento, mas sim de apenas comprimí-lo com uma pressão suficiente para que o sangramento diminua. Obviamente estamos falando de lesões que podem ser cuidadas sem a movimentação da vítima.
Lembre-se: nunca faça torniquetes! Também nunca dê nada para a vítima comer ou beber. Se ela tiver sede, apenas molhe sua boca com um pouco de água. Para finalizar, sempre procure proteger a vítima do frio, do sol e da chuva.

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