No entanto, sabemos que nem tudo o que entra em nossos corpos é utilizado. E o que não é útil para nossas células vira lixo dentro da gente. Os nossos resíduos, são, dentre outros, a uréia, a creatinina, o ácido úrico, etc e precisam ser eliminados de alguma forma.
Parte desses resíduos, como o gás carbônico e parte da água são excretados pela respiração. Outra quantia de água e de sais é eliminada pelo suor conforme as variações de temperatura. O que comemos e não aproveitamos sai pelo sistema digestório na forma de cocô. O restante é eliminado através da urina.
Esquema representativo da função desse sistema excretor. Imagem coletada da internet, sem citação de autor. Link aqui. |
A urina é formada no sistema urinário, que é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.
As substâncias que não são mais importantes para nós e que não podem ser excretadas pelo ar expirado, suor ou fezes são jogados em nossa corrente sanguínea. É como se as células reservassem seu lixo e colocassem na rua para que o lixeiro possa recolher. Assim, o sangue passa por cada célula através dos capilares sanguíneos e captam esse resíduo, que fica circulando dentro dos vasos do corpo até chegarem aos rins.
Os rins funcionam como verdadeiros filtros. Normalmente temos 2 deles, mas podemos viver somente com 1, se este estiver em boas condições.
O sangue chega nos rins através da artéria renal. Dentro do rim, essa artéria vai se ramificando até se transformar em minúsculos capilares que se enovelam em um determinado ponto, formando o filtro propriamente dito, que começa a formar a urina. A esse novelo damos o nome de glomérulo.
Mas os capilares não terminam nesse novelinho. Eles seguem envolvendo o pequeno tubo que carrega a urina em formação e, como todo capilar, vão novamente se juntando e engrossando até transformarem-se em veia, deixando o rim através da veia renal, esta, carregada de sangue já filtrado.
Esquema mostrando o rim e uma de suas minúsculas estruturas funcionais: o néfron. O néfron contém o glomérulo, que é o novelinho de capilares onde o sangue é filtrado e o túbulo formador de urina, rodeado por capilares. Imagem coletada da internet, sem citação de autoria. |
No glomérulo então, o sangue é filtrado, passando para o túbulo formador de urina: água, resíduos e sais que estão em excesso no sangue, sendo considerados nossas excretas.
Ao longo desses túbulos, que seguem envolvidos por capilares, o nosso corpo vai inteligentemente ajustando a quantidade de sais e água. Por exemplo: se estamos desidratados (temos pouca água no corpo), não poderemos eliminar muito dessa preciosa água na urina; dessa forma, parte da água que foi filtrada para o túbulo deve ser reabsorvida pelos capilares, voltando para a corrente sanguínea. O oposto ocorre se tivermos água em excesso. O mesmo raciocínio funciona para outras substâncias úteis, ou inúteis, que passaram pelo filtro: reabsorve açúcares, proteínas e outros nutrientes úteis, ajusta o balanço de ácidos, bases e outros íons, para manter o equilíbrio que nosso corpo precisa.
Especialmente nos casos de desidratação, nosso corpo conta com um mecanismo que nos ajuda a não disperdiçarmos água. Trata-se de um hormônio chamado de vasopressina, ou anti-diurético. Esse hormônio age nesses túbulos formadores de urina e promove uma maior reabsorção de água de volta para o sangue, fazendo nossa urina ficar mais concentrada, ou seja, com menos água. Isso ajuda a não nos desidratarmos mais. O álcool inibe esse hormônio, fazendo com que eliminemos muita água na urina. Por isso é que vamos tanto ao banheiro quando bebemos bebidas alcoólicas. Uma dica, se for ingerir álcool, é que você tome também bastante água, para não se desidratar.
Quanto mais escura a urina, menos água ela contém, mostrando que precisamos nos hidratar mais. Imagem coletada da internet sem citação de autoria. |
Esse processo de balanço de substâncias entre o sangue e a urina é muito complexo e não é objetivo dessa postagem detalhá-lo aqui. Mas considero importante falar que, além do papel de filtro e de manter o balanço de substãncias importantes no sangue, o rim produz alguns hormônios, como a eritropoitina, que ajuda a regular a produção de glóbulos vermelhos e a renina, que ajuda a controlar a pressão sanguínea.
Após todo esse entra e sai de substâncias, a urina sai dos túbulos pronta, composta de praticamente 90% de água. O restante de sua composição dependerá de nossa dieta e das atividades de nossas células.
Se ela contiver grande quantidade de resíduos que possam sedimentar e empedrar, como cálcio, por exemplo, podem ser formadas pedrinhas, que, dependendo do tamanho, podem obstruir os ureteres ou machucá-los, durante o trajeto. São as famosas "pedras nos rins". Por isso é preciso controlar nossa alimentação e ingerir bastante água. Mesmo em pessoas que têm predisposição para formar as pedrinhas, ingerir bastante água pode ajudar a diluir esses resíduos, impedindo que empedrem.
Imagem ilustrativa de pedras nos rins e no ureter, obstruindo a passagem de urina. Imagem coletada da internet sem citação de autoria. |
Os túbulos vão se ligando uns aos outros até deixarem os rins já na forma de ureteres.
De cada rim sai um ureter, que segue para baixo, ligando-se à bexiga, já na parte bem baixa da nossa barriga. Lá então a urina é despejada e fica armazenada até que possa ser expelida.
A bexiga é um saco feito de músculo, capaz de se distender e se contrair. Existe um furo de saída para a urina, que é o início da uretra. No entanto, essa saída é regulada por um músculo chamado esfíncter, que rodeia o início da uretra, prendendo a urina dentro da bexiga.
Esquema mostrando o armazenamento de urina na bexiga, os orifícios de entrada dos ureteres, o orifício de saída da uretra e o músculo esfíncter. Imagem coletada da internet sem citação de autoria. |
Quando o músculo da bexiga está distendido, por ter um determinado volume de urina, ele envia sinais nervosos ao cérebro (este é nosso grande governante), que entende que precisamos urinar. O cérebro, então, por sua vez, envia sinais ao músculo esfìncter para que este relaxe e libere a saída da urina para a uretra.
Inicia-se aí a micção. A uretra é um tubo que liga a bexiga ao exterior do corpo, direcionando a urina para fora da gente.
Nos homens a uretra atravessa o pênis, coincidindo com parte do sistema reprodutor masculino, pois a ejaculação passa pelo mesmo canal da urina. Já nas mulheres, os canais urinário e reprodutor não são os mesmos: a uretra desemboca pouco acima do orifício da vagina.
Imagem coletada da internet, sem citação de autoria. |
Pelo fato de as mulheres não terem pênis, sua uretra é mais curta, o que facilita a entrada de microorganismos que podem causar infecções, como bactérias e fungos. Por isso as mulheres devem ser muito mais cuidadosas na hora da higiene íntima. Cuidados simples, como a limpeza "da frente pra trás", após o xixi podem evitar infecções urinárias.
Conhecendo a importância desse sistema de limpeza do corpo, fica fácil entender porque urinar é vital. Se nossos rins não funcionam corretamente, o lixo se acumula no sangue, nos intoxicando. Por isso as pessoas com insuficiência renal precisam fazer a diálise ou hemodiálise. Esse procedimento filtra o sangue por meio de máquinas, evitando que a pessoa doente morra por excesso de resíduos prejudiciais.
Hemodiálise, quando os rins não fincionam. Imagem coletada da internet, sem citação de autoria. |
Para ajudar nosso sistema urinário a funcionar bem precisamos ingerir muita água e evitar excesso de medicamentos, principalmente os anti-inflamatórios, que podem ser prejudiciais aos rins.
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Vídeo sugerido, com imagens que facilitam o entendimento do que foi explicado aqui.