quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Entenda a audição e aprenda a conservá-la

Texto meu, inicialmente publicado no Indike.

Nossos 5 sentidos (audição, visão, tato, paladar e olfato) são de extrema importância, pois têm a função de nos conectar com o mundo externo. Se um deles não funciona bem, o contato com pessoas e coisas fica muito dificultado.

Surdez é a deficiência do sentido da audição, aquele que nos conecta com o mundo através dos sons.

Link desta imagem


Um indivíduo pode nascer com essa deficiência, o que atrapalha no aprendizado da linguagem, pois ele não pode reproduzir sons que ele não ouve. Mas ele pode também perder parte ou toda a audição durante a vida, por isso as orientações de prevenção são importantes.

O que vai determinar o quanto a conexão com o mundo vai ficar dificultada é o quanto o indivíduo ouve. Ao contrário do que muitos pensam, a surdez não é mensurada por porcentagens, mas sim por decibéis, a unidade que mede a intensidade dos sons. Quanto mais decibéis, mais alto é um ruído. Por exemplo: um caminhão daqueles bem barulhentos emite sons de mais de 100 decibéis (dB), um latido de cachorro fica por volta de 70dB e o quase silencioso balançar das folhas de uma árvore, em torno de 10dB. Assim, se uma pessoa tem uma perda auditiva leve (25 a 40dB), ela não conseguirá ouvir o som das folhas ao vento, de uma torneira pingando ou um cochicho e poderá ser difícil reconhecer o som de algumas consoantes (como V, F, Z e S), mas ela será capaz de ouvir o telefone tocar e um carro se aproximar.

A surdez começa a atrapalhar mais a rotina quando a pessoa passa a não perceber o som da fala humana normal, que fica em torno de 60dB. Uma pessoa com perda auditiva moderada normalmente só consegue participar de uma conversa quando o outro grita. A comunicação fica muito limitada.Ainda há casos mais graves, chamados de perda auditiva severa (só se escutam sons altíssimos) e profunda (não se ouve nada).

Para ouvirmos bem um som, independente da sua intensidade, nossa orelha precisa captar a vibração do ar (o som nada mais é do que uma vibração) e conduzi-la ao cérebro, que irá interpretá-la como o som que reconhecemos, seja uma música, uma palavra ou um bebê chorando.

A nossa orelha tem esse formato externo para facilitar a captação dessas vibrações. O som então percorre um canal da orelha até o tímpano, uma membrana muito fina. Essa membrana vibra como um tambor e movimenta pequenos ossinhos que ampliam essa vibração e a encaminham à uma estrutura em caracol que contém cílios em suas paredes e líquido em seu interior. O líquido logicamente também vibrará e movimentará os cílios que estão ali imersos. Esses cílios contém células nervosas que interpretam esse movimento e o transformam em energia elétrica, que percorrerá os nervos auditivos até o cérebro. Assim, ouvimos.

Esquema do aparelho auditivo. Link desta imagem.


Problemas em qualquer parte desse percurso gera a surdez, leve ou severa. Assim, existem várias causas. Se o problema for no caminho percorrido até o caracol, chamamos de surdez de condução. Se o problema for na percepção do som a partir do caracol, chamamos de surdez neurossensorial.

A surdez de condução pode acontecer, por exemplo, quando há excesso de cera no canal auditivo formando um obstáculo à passagem do som. É importante saber que a cera é normal e nos protege , não devendo ser considerada uma sujeira que precisa ser eliminada desesperadamente com cotonete. Só devemos retirar a cera que sai da orelha, ficando visível. Se enfiamos um “cotonete” no conduto, além de empurrarmos a cera lá pra dentro, podendo formar uma rolha, podemos ainda machucar nosso tubo condutor, provocando uma inflamação que também prejudicará a audição.

As otites são inflamações que podem ocorrer nas diversas partes da orelha, provocando inchaço das estruturas ou acúmulo de pus, podendo diminuir a audição. Por isso elas precisam ser tratadas por um médico.

Essas células podem ser afetadas também por vírus, medicamentos, tumores, ou por exposição a níveis de ruídos excessivos durante a vida. Esses ruídos podem vir de uma vida desregrada, como ouvir música muito alta durante muitos anos, ou por motivos profissionais, quando um indivíduo trabalha sem proteção em um local com ruído intenso por muitas horas e muitos anos. Para prevenir, basta ouvir música em volume normal e usar os equipamentos de proteção oferecidos pela empresa.Mas a perda auditiva neurossensorial é a mais comum e acontece quando as células nervosas são afetadas ou morrem. Pode acontecer por conta do envelhecimento, a partir dos 50 anos, mas depende da genética, de otites e doenças anteriores e de barulhos durante a vida.

Grande parte das perdas auditivas tem cura ou tratamento para ajudar a restaurar parte da audição (como os aparelhos auditivos). Dessa forma, sempre que notar algo errado com a audição, procure um otorrinolaringologista logo no início. Ainda melhor: não cutuque a orelha, diminua o volume das músicas que você ouve todo dia e siga as orientações de proteção da empresa.
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