quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Saiba quando o álcool pode ser ruim para você.

Texto meu inicialmente publicado no Indike.

O álcool está sempre na moda. Às vezes como vilão, outras como mocinho. Isso até nos confunde. Mas o fato é que, na dúvida, ele está sempre em nossas mesas.

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Seu consumo é permitido e até mesmo incentivado pela sociedade. Por esse motivo, mesmo quem não bebe convive com ele através de um familiar ou conhecido.

Cada um tem uma relação velada com ele. Para alguns ele é um destruidor de lares. Para outros, apenas um facilitador de relações sociais. Às vezes, uma fuga, outras, prazer. Pode ser um carinhoso ombro amigo nos dias difíceis. Ou paixão destruidora. Secretamente ninguém sabe exatamente como nos relacionamos com ele. Mas sempre demonstramos que nossa relação é inocente e com a melhor das intenções.

Mas você consegue saber ao certo qual a relação que você e o álcool estabeleceram? Será que bebo muito ou é só implicância dos demais? Quanto de álcool tenho que beber para que seja realmente prejudicial? Vamos tentar trazer essas informações para a vida prática da pessoa comum: nós.

O álcool é uma droga que age no sistema nervoso e produz alterações de comportamento, humor e cognição. Por isso, devemos estar atentos à dose que nosso corpo consegue metabolizar sem trazer efeitos ruins. Essa dose varia conforme características pessoais (sexo, peso etc), portanto, não é fixa.

No geral para os homens esse limite é de 2 taças de vinho (90 mL cada) ou 1 lata de cerveja ou 1 dose de 50mL de destilados. Por dia! Para as mulheres o limite é menor.

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Quem bebe mais do que isso tem funções neurológicas alteradas que trazem problemas à saúde e à sociedade, pois perde o domínio sobre seu comportamento, mesmo achando que não. Isso predispõe malefícios a curto prazo como acidentes de trânsito, baixo desempenho sexual e intelectual, atos de vandalismo. É chamado uso nocivo do álcool. Se continuado pode levar a tolerância e dependência.

A tolerância está instalada quando é preciso uma dose maior de álcool para causar um mesmo efeito (quando ele demora mais pra ficar bêbado, digamos assim). Já a dependência acontece quando a pessoa começa a sentir falta da bebida, quando está sem tomá-la há alguns dias.

A OMS diz que, para se avaliar o real impacto do álcool, não basta medir o quanto as pessoas bebem, mas sim saber qual seu padrão de consumo. Isso implica considerar o quanto se bebe por ocasião, se bebe-se mais em eventos festivos ou no dia-a-dia, em quantos eventos com bebidas o cidadão fica bêbado, se o álcool só acompanha refeições ou se bebe-se mais em espaços públicos.

O padrão de consumo de álcool no Brasil mostra que os jovens são pouco abstinentes e costumam beber ocasionalmente, tornando-se bebedores semanais em poucos anos. Como os jovens são estimulados a beber semanalmente para socialização em festas e com descontrole de quantidade, eles sofrem os efeitos do uso nocivo, sendo mais sujeitos a brigas, acidentes, constrangimentos e ressaca.

Com o aumento da idade, a quantidade de bebedores ocasionais diminui, e aumenta o número de abstêmios e dos bebedores muito frequentes. Ou seja, uma parcela para de beber, possivelmente por ter mais segurança para as relações interpessoais e até para evitar os chatos efeitos do uso nocivo. Mas outra parcela passa a beber todos os dias. Essas são aquelas pessoas que cultivaram o hábito de beber todos os dias (ou quase), primeiro em eventos, depois por prazer, que dificilmente se limitam a tomar 2 cálices de vinho ou 1 latinha de cerveja ao dia e que, por isso, vão silenciosamente desenvolvendo tolerância e dependência.

É comum esse bebedor negar sua condição de risco e encontrar desculpas para justificar cada dose. Alguns até pensam ser essa forma de consumo "mais saudável" pois normalmente bebe-se em casa e os porres não são frequentes como nos adolescentes. É certo que são padrões diferentes de consumo, com riscos a curto prazo também diferentes, mas o prejuízo é certo - e nada saudável.

Para derrubar esse mito, explico: o álcool é metabolizado pelo fígado, que tem capacidade limitada (lembre da dose que mencionei no início). A substância intermediária formada durante esse processo é o acetaldeído, que é muito mais tóxica para o fígado e para o organismo do que o próprio álcool. Assim, quando o uso do álcool é diário e acima da quantidade que o fígado consegue eliminar, o acetaldeído se acumula lesando fígado e outros órgãos. Quem bebe todos os dias não dá tempo para o fígado se regenerar, mesmo que não fique bêbado.

Esse bebedor frequente costuma passar despercebido, pois dificilmente fica bêbado. Mas ele merece atenção não só pelos problemas de saúde que ele certamente irá desenvolver (podendo ser hipertensão, cirrose, câncer, problemas cardiovasculares, neuropatias, entre outros) e onerar nosso sistema de saúde, mas também pelos infortúnios que pode trazer à quem convive.

Como reconhecer um bebedor muito frequente e diferenciá-lo de um bebedor ocasional?

Um bebedor ocasional sabe limitar as situações em que bebe. Bebe num jantar, mas passa vários outros sem precisar da bebida. Sabe se divertir em situações de abstinência.

O bebedor muito frequente já começa a restringir seu prazer ao beber. Essa pessoa vai tornando-se menos interessante aos que convivem com ela. Começa a pensar em beber nas mais variadas ocasiões. Não consegue imaginar um momento de divertimento sem que o álcool esteja presente.

O álcool prejudica a memória, o raciocínio, o sono e o humor. Diminui a libido, prejudicando a vida sexual. A pessoa vai se transformando em outra e, apesar dos sinais dos familiares, não se dá conta.

Veja que há diversos padrões de bebedores, cada um com suas implicações. Em qual você se encaixa? Para qual caminho você está indo? Saiba que todos vão apresentar problemas de saúde e problemas sociais se não restringirem seu consumo à um padrão fisiologicamente e socialmente adequado.

Repense seu padrão de consumo se já se viu em uma dessas situações:
  • já perdeu o controle de si mesmo por conta do álcool 
  • já sentiu que deveria diminuir a bebida 
  • as pessoas já o irritaram quando criticaram sua bebida 
  • já se sentiu mal ou culpado por conta da bebida 
  • já bebeu pela manhã para “aquecer” ou para se livrar de uma ressaca
Assista o vídeo aqui.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Entenda a audição e aprenda a conservá-la

Texto meu, inicialmente publicado no Indike.

Nossos 5 sentidos (audição, visão, tato, paladar e olfato) são de extrema importância, pois têm a função de nos conectar com o mundo externo. Se um deles não funciona bem, o contato com pessoas e coisas fica muito dificultado.

Surdez é a deficiência do sentido da audição, aquele que nos conecta com o mundo através dos sons.

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Um indivíduo pode nascer com essa deficiência, o que atrapalha no aprendizado da linguagem, pois ele não pode reproduzir sons que ele não ouve. Mas ele pode também perder parte ou toda a audição durante a vida, por isso as orientações de prevenção são importantes.

O que vai determinar o quanto a conexão com o mundo vai ficar dificultada é o quanto o indivíduo ouve. Ao contrário do que muitos pensam, a surdez não é mensurada por porcentagens, mas sim por decibéis, a unidade que mede a intensidade dos sons. Quanto mais decibéis, mais alto é um ruído. Por exemplo: um caminhão daqueles bem barulhentos emite sons de mais de 100 decibéis (dB), um latido de cachorro fica por volta de 70dB e o quase silencioso balançar das folhas de uma árvore, em torno de 10dB. Assim, se uma pessoa tem uma perda auditiva leve (25 a 40dB), ela não conseguirá ouvir o som das folhas ao vento, de uma torneira pingando ou um cochicho e poderá ser difícil reconhecer o som de algumas consoantes (como V, F, Z e S), mas ela será capaz de ouvir o telefone tocar e um carro se aproximar.

A surdez começa a atrapalhar mais a rotina quando a pessoa passa a não perceber o som da fala humana normal, que fica em torno de 60dB. Uma pessoa com perda auditiva moderada normalmente só consegue participar de uma conversa quando o outro grita. A comunicação fica muito limitada.Ainda há casos mais graves, chamados de perda auditiva severa (só se escutam sons altíssimos) e profunda (não se ouve nada).

Para ouvirmos bem um som, independente da sua intensidade, nossa orelha precisa captar a vibração do ar (o som nada mais é do que uma vibração) e conduzi-la ao cérebro, que irá interpretá-la como o som que reconhecemos, seja uma música, uma palavra ou um bebê chorando.

A nossa orelha tem esse formato externo para facilitar a captação dessas vibrações. O som então percorre um canal da orelha até o tímpano, uma membrana muito fina. Essa membrana vibra como um tambor e movimenta pequenos ossinhos que ampliam essa vibração e a encaminham à uma estrutura em caracol que contém cílios em suas paredes e líquido em seu interior. O líquido logicamente também vibrará e movimentará os cílios que estão ali imersos. Esses cílios contém células nervosas que interpretam esse movimento e o transformam em energia elétrica, que percorrerá os nervos auditivos até o cérebro. Assim, ouvimos.

Esquema do aparelho auditivo. Link desta imagem.


Problemas em qualquer parte desse percurso gera a surdez, leve ou severa. Assim, existem várias causas. Se o problema for no caminho percorrido até o caracol, chamamos de surdez de condução. Se o problema for na percepção do som a partir do caracol, chamamos de surdez neurossensorial.

A surdez de condução pode acontecer, por exemplo, quando há excesso de cera no canal auditivo formando um obstáculo à passagem do som. É importante saber que a cera é normal e nos protege , não devendo ser considerada uma sujeira que precisa ser eliminada desesperadamente com cotonete. Só devemos retirar a cera que sai da orelha, ficando visível. Se enfiamos um “cotonete” no conduto, além de empurrarmos a cera lá pra dentro, podendo formar uma rolha, podemos ainda machucar nosso tubo condutor, provocando uma inflamação que também prejudicará a audição.

As otites são inflamações que podem ocorrer nas diversas partes da orelha, provocando inchaço das estruturas ou acúmulo de pus, podendo diminuir a audição. Por isso elas precisam ser tratadas por um médico.

Essas células podem ser afetadas também por vírus, medicamentos, tumores, ou por exposição a níveis de ruídos excessivos durante a vida. Esses ruídos podem vir de uma vida desregrada, como ouvir música muito alta durante muitos anos, ou por motivos profissionais, quando um indivíduo trabalha sem proteção em um local com ruído intenso por muitas horas e muitos anos. Para prevenir, basta ouvir música em volume normal e usar os equipamentos de proteção oferecidos pela empresa.Mas a perda auditiva neurossensorial é a mais comum e acontece quando as células nervosas são afetadas ou morrem. Pode acontecer por conta do envelhecimento, a partir dos 50 anos, mas depende da genética, de otites e doenças anteriores e de barulhos durante a vida.

Grande parte das perdas auditivas tem cura ou tratamento para ajudar a restaurar parte da audição (como os aparelhos auditivos). Dessa forma, sempre que notar algo errado com a audição, procure um otorrinolaringologista logo no início. Ainda melhor: não cutuque a orelha, diminua o volume das músicas que você ouve todo dia e siga as orientações de proteção da empresa.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Obesidade e pressão arterial


Entenda como a obesidade pode levar a aumento da pressão arterial e problemas no coração:


Sabemos que para estarmos vivos o coração deve ter força suficiente para bombear o sangue até as nossas células mais distantes (mais detalhes aqui). Fica fácil imaginar que em uma pessoa obesa as células mais distantes estão muito mais longe do coração do que em uma pessoa não obesa.


Como os vasos sanguíneos vão se ramificando e se estreitando com a distância, quanto mais longe do coração, mais estreitos eles são. Isso gera uma maior resistência à passagem do sangue.


Vamos fazer uma analogia com uma mangueira de água: se apertamos a mangueira em algum ponto, a passagem de água se torna mais estreita e oferece maior resistência. Nossas artérias funcionam do mesmo jeito.


Além disso, algumas substâncias produzidas pelo excesso de gordura provocam quimicamente também uma maior resistência dos vasos. Esse aumento de resistência à passagem do sangue gera o aumento da pressão arterial, que nada mais é do que a pressão que o sangue exerce na parede das artérias (ele a empurra com mais força, digamos assim).

O coração, por sua vez, deverá ter força para vencer essa pressão maior. Com isso ele vai ficando mais musculoso ao longo dos anos. Ao contrário do que parece, isso não é bom, pois aumenta o risco de infarto, derrame e insuficiência cardíaca.

Em outra postagem poderemos falar mais detalhadamente sobre todos esses problemas.



segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Saiba quanta água você precisa e porque ela é tão importante.

Segue outro texto meu publicado no Indike esclarecendo a importância da água para a saúde.

Fonte: link
Todos já sabem que a maior parte do nosso corpo é formada por água. Basta imaginar que ele é um amontoado de células e que células, além de serem recheadas de água, gostam de viver mergulhadas em meio aquoso. A água é o meio onde as reações químicas para sobrevivência acontecem. Sem ela, tudo para.

Além de formar os tijolos e a argamassa para nos dar estrutura, a água ainda participa de atividades essenciais para a vida. Ela transporta os nutrientes até as células, recolhe os resíduos e encaminham para os órgãos encarregados de eliminá-los, lubrifica as articulações, ajuda a dar mais elasticidade à nossa pele, participa da regulação da temperatura corporal, forma o líquido que protege o cérebro e a medula espinal e ainda evita que tenhamos ou intestino preso. Tem muito mais, mas creio que com os exemplos acima já ficou clara a importância que esse líquido tem em nossa vida.

Para que nenhuma dessas atividades pare, devemos nos abastecer de água constantemente. O fato é que no dia a dia, seja pela correria do trabalho ou por pura falta de gosto, é difícil encontrarmos quem tome água suficiente direitinho.

Não gosto de contar quantos copos de água devemos tomar por dia. Esses números podem servir para alguns, mas não somos máquinas. Cada organismo funciona de forma diferente do outro, uns se exercitam mais, outros menos, uns vivem em ambientes mais quentes, outros menos, uns se alimentam de forma adequada, outros não. E isso tudo influencia na quantidade de água que devemos tomar por dia.

Na verdade, não há um consenso sobre a quantidade exata de água que cada ser deve ingerir. Sabe-se que um homem de porte médio, que vive num clima temperado (não é o caso do calorento Brasil) e se alimenta de forma saudável (saudável!!) deve ingerir ao menos 3 litros de água por dia.

Trazendo essa informação pra nossa realidade, podemos inferir que, se vivemos num clima mais quente, se fazemos algum tipo de exercício, se estamos um pouco acima do peso ou se não nos alimentamos com tantas frutas e verduras assim, deveremos nos esforçar para tomar mais do que 3 litros de água ao longo de um dia.
Nós perdemos a água do corpo através da transpiração, urina, fezes e até da respiração. Ou seja, se hoje está mais calor que o normal, devo tomar mais água que o normal

Quem passa o dia todo em um ambiente com ar condicionado – ele retira a umidade do ar – também pode precisar tomar uns goles a mais.

Se for praticar exercícios, tome um pouco de água antes, durante e depois da prática. Quanto mais extenuante o exercício for, mais água requisitará. Distribua a água pelo seu dia, não tome tudo de uma vez.

Quando estamos doentes, também podemos precisar de mais água que o habitual. Se estamos com febre, transpiramos mais, se estamos com diarreia ou vômitos, mais água se vai. Uma mulher que está grávida ou amamentando também deve hidratar-se mais que o habitual. Por outro lado, há algumas doenças em que o médico pode solicitar que o paciente reduza a quantidade de água a ser ingerida, como em alguns casos de insuficiência cardíaca ou renal. Nesses casos, a orientação do médico deve ser respeitada.

Quem tem uma dieta saudável obtém mais ou menos 20% da água que precisa para o dia diretamente dos alimentos. Tomate, melão e melancia são alguns exemplos de alimentos que contêm bastante água. Se você não se alimenta tão bem assim, ou se sua dieta costuma conter muitos embutidos e muito sal, deve tomar mais que os três litros.

Tem muita gente que acha que líquido é líquido e que, por exemplo, não toma água e toma Coca Cola. Não é a mesma coisa… Bebidas como alguns refrigerantes e sucos artificiais podem contém água, sim, mas normalmente contêm muitos sais e podem não hidratar tão bem. As bebidas alcoólicas também têm água em sua composição, mas elas têm efeito diurético, que faz com que eliminemos mais água através da urina. Também não ajuda, certo?

Não tem nada melhor que água – sempre filtrada ou fervida! É livre de calorias, barata e tem em qualquer lugar. Se sua boca estiver seca ou se sua urina estiver mais escura significa que você precisa de água. Se estiver com sede, óbvio! Cansaço e dor de cabeça também podem ser sinais de desidratação leve.

Como lembrar da água na rotina louca? Leve uma garrafa de água para a mesa de trabalho. Toda vez que olhar para ela, dê um gole, mesmo não estando com sede. Se não for possível, faça alguma marcação em algum local visível – serve colar um adesivo – que te lembre de buscar um copo de água com regularidade. Com alguns dias isso já se tornará rotina.

A melhor dica que eu posso dar é: conheça seu ambiente, sua rotina e seu corpo. Só assim você saberá o quanta água é necessária pra você.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Automedicação: vale a pena?

Mais um texto meu publicado no Indike, mostrando os riscos da automedicação.

Quem nunca tomou um comprimido indicado por um amigo para dor de qualquer coisa? Quem nunca viu um parente comprar um remédio na farmácia simplesmente porque aquele remédio curou o vizinho da gripe, ou ajudou a vizinha a emagrecer?

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Essas situações são mais frequentes do que imaginamos. E em muitas ocasiões passamos por elas e não nos damos conta pois já são consideradas normais em nossa rotina.

É chegada a hora de prestarmos mais atenção na automedicação. Ela não é inofensiva. Pelo contrário,pode trazer mais prejuízos do que simplesmente “se persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado”.
A indicação pode ser outra, a dose pode ser diferente, as pessoas são diferentes

Automedicação é quando alguém toma um remédio sem a prescrição de um profissional habilitado. Isso inclui os medicamentos indicados por familiares ou amigos. No Brasil, profissionais habilitados a prescrever medicamentos são somente médicos e dentistas, cada um em seu campo, obviamente. Por exemplo, sua mãe lhe indica um xarope para tosse, porque aquele xarope foi bom para ela a vida toda; sua mãe é uma pessoa experiente e esclarecida, no entanto, não é médica. Dessa forma, se você aceitar o conselho e tomar o xarope, está se automedicando, pois nem você, nem mesmo sua mãe sabem o motivo da sua tosse, se ela precisa realmente ser medicada e com o quê.

Quero deixar claro que mesmo pessoas vividas, inteligentes e experientes podem errar nesse sentido. Fazer um diagnóstico e indicar um remédio exige uma série de conhecimentos em cadeia. Nem sempre o mesmo sintoma é de uma mesma doença. Nem sempre aquele remédio que fez bem para aquele sintoma daquela vez fará bem agora. Assim como nem sempre o remédio que aliviou o outro será o mesmo que vai aliviar você. A indicação pode ser outra, a dose pode ser diferente, as pessoas são diferentes. Tudo isso deve ser entendido.

Vamos ao que interessa. Avaliei alguns estudos sobre o tema e selecionei, de forma geral, dois dos principais motivos de saúde que levam as pessoas a se automedicarem. Talvez você se identifique com alguns deles.

1. Sintomas nas vias aéreas: é quando muita gente fala “estou gripado”. Pode ser uma dor de garganta, tosse, uma crise de rinite ou um simples resfriado. Esses quadros podem ter muitas origens, mas normalmente são atribuídos à uma infecção viral ou uma crise alérgica. Na maior parte das vezes eles nem precisam ser medicados, pois se resolvem sozinhos em cerca de uma semana.

Muita gente quer logo um antibiótico para acabar logo com essa chatice. Calma!

  • Primeiro, antibiótico é coisa séria e só serve pra matar bactéria e fungo, ou seja, não mata vírus.
  • Segundo, existem uma série de classes de antibióticos e cada uma só mata uma classe específica de microorganismos – isso quando na dose correta!
  • Terceiro, se você tomar antibiótico de forma errada, além de poder sofrer de efeitos colaterais que não são legais, pode tormar os microorganismos ainda mais fortes e difíceis de serem tratados depois. Ou seja: nunca tome um antibiótico por conta própria!


2. Dores em geral, podendo ser dor de cabeça, dor nas costas, dor no corpo: preciso avisar a quem está habituado a sempre tomar um analgésico para dor de cabeça que existe uma dor de cabeça que se torna dependente do remédio. Ou seja, quanto mais você tomar, mais frequente ela vai ficar. Tome cuidado.

As dores no corpo já costumam ser medicadas com anti-inflamatórios. Esses são remédios também perigosos de serem tomados com constância e sem critérios, pois podem trazer uma série de efeitos colaterais horríveis (como úlcera no estômago ou problemas graves nos rins).

Os estudos mostram que muitos desses sintomas se resolveriam sozinhos e não precisariam de um remédio. Ou seja, as pessoas tomaram algo com risco e sem necessidade.

Fica claro que mesmo usar os remédios que sempre usamos para aliviar sintomas corriqueiros pode ser um desastre para nossa saúde.

Além disso tudo, um medicamento na dose errada pode intoxicar e matar. Um remédio mal usado pode mascarar alguns outros sintomas e retardar o diagnóstico de uma doença grave. Um remédio pode, em combinação com outro, ter efeito indesejável e inesperado (como diminuir a eficácia de um contraceptivo, por exemplo).

Lembro ainda que medicamentos fitoterápicos e naturais também são remédios, merecem respeito e não são isentos de efeitos colaterais. Eles também precisam ser indicados por alguém competente.
Em resumo: não se automedique para o seu próprio bem!

Ainda tem dúvidas??? Deixe um comentário abaixo.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Como funciona nosso corpo: o sistema nervoso

Tenho tratado nosso corpo, aqui nesse blog, como se ele funcionasse como uma cidade muito bem organizada: tem seus trabalhadores, seu sistema de abastecimento de nutrientes, de coleta de lixo, de transporte etc.

Ainda faltam alguns sistemas importantes a serem esclarecidos, mas agora é a hora de falar de quem comanda tudo isso. O governo do nosso corpo!

Essa função de comando é do sistema nervoso - auxiliado também pelo sistema endócrino, sobre o qual falaremos depois.



O sistema nervoso é responsável, por exemplo, por fazer sua perna andar, você mastigar, seu músculo diafragma se movimentar para que você possa respirar, faz com que você veja e fale. Entre muitas outras atividades. Ele é composto basicamente pelo cérebro e pelos nervos e as células formadoras desse sistema são os neurônios.

Esquema de neurônios transmitindo impulsos nervosos
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Os neurônios são células com um formato diferenciado das demais, como de elas tivessem uma cabeça e uma cauda. A cauda de um se liga com a cabeça do outro e, através de liberação de substâncias químicas, elas se "conversam", enviando assim um comando umas às outras. Essa comunicação é chamada de sinapse nervosa.

Assim uma ordem direta do cérebro caminha em direção ao local de destino, que pode ser um órgão qualquer. Da mesma forma, estímulos que recebemos de fora - como um estímulo de dor, por exemplo - caminha em direção ao cérebro para posicioná-lo sobre o que nosso corpo anda sofrendo por aí.

Para ficar mais fácil de ser compreendido, esse governo pode ser dividido em 2, digamos assim.

O sistema nervoso central, que é composto pelo cérebro (também chamado de encéfalo), pela medula espinal. É o centro de comando. De lá saem todas as ordens importantes e lá devem chegar todos os estímulos para serem processados.


Sistema nervoso central
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Esquema que ilustra como o crânio e as meninges protegem o cérebro
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Ele é tão importante que é protegido por uma brilhante e eficiente carapaça óssea: o crânio protege muito bem o cérebro e a coluna vertebral protege a medula espinal.

Mas antes da proteção dura desses ossos, essas estruturas são envoltas por 3 membranas (como se estivesse embrulhado) lisas e úmidas que deslizam umas sobre as outras. São as meninges, que também têm a função de proteção e amortecimento. Entre as 2 membranas que ficam mais próximas ao cérebro está o líquido cefalorraquidiano, o famoso líquor.


O líquor, além de ser uma espécie de amortecedor líquido, ele também atua levando nutrientes e removendo resíduos do sistema nervoso central.



Imagine que do cérebro saia uma cauda, a medula espinal, que é responsável por conectar o centro de comando aos demais nervos do corpo, que atingem as partes mais longínquas do organismo. É como se fosse um conjunto de fios passando por dentro de um túnel. Por ser esse elo de conexão é que a medula é tão importante.

Esse esquema mostra como a medula se aloja dentro dos ossos da coluna vertebral e como dela saem os nervos que  caminham até nossas extremidades.
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A medula espinal se inicia na parte alta do pescoço, lá atrás, na nuca, saindo do cérebro, percorre nossas costas e termina pouco acima do bumbum. Quando passamos a mão pelas costas de alguém e sentimos os ossinhos das vértebras (ou da coluna vertebral), lá dentro está a importante medula.

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Sabendo disso, agora você entende porque em um acidente em que há a possibilidade de a vítima ter quebrado algum ossinho pequeno da coluna vertebral, seja ele do pescoço ou de qualquer parte das costas, não devemos movimentá-la. Imagine que um ossinho de uma vértebra do pescoço quebrou, mas ainda está posicionado em seu lugar, mantendo a medula lá dentro, bonitinha. Se você mexer e o fragmento quebrado desse ossinho se movimentar, poderá romper alguns fios - senão todos - da medula. Isso irá interromper imediatamente a comunicação do cérebro com determinada parte do corpo e essa vítima perderá algumas funções, podendo ficar paraplégica ou mesmo tetraplégica, dependendo de onde foi essa ruptura.


O sistema nervoso periférico, como o nome diz, é a continuação dos nervos a partir da medula e até a periferia do corpo, chegando até o dedão do pé.

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Os nervos são chamados de motores quando transportam os comandos do cérebro para as extremidades (músculos, pele e glândulas, por exemplo).

Os nervos são chamados de sensitivos quando transportam os impulsos no sentido contrário, como o estímulo de dor ou de calor, por exemplo.

Como funcionam os nervos motores e os sensitivos
Fonte da imagem: Livro Ciências Nosso Corpo, de Fernando Gewandsnadjder, Ed. Ática


Além dessa divisão, o sistema nervoso periférico pode ser dividido em voluntário ou autônomo.


  • O sistema nervoso voluntário, vai comandar as nossas ações voluntárias, ou seja, o que a gente decide se vai ou não fazer, por exemplo: andar, mastigar, mexer os dedos, virar a cabeça... Tudo o que você conseguir comandar em seu próprio corpo, comanda através do sistema nervoso voluntário.
  • O sistema nervoso autônomo tem sua própria autonomia, o que significa que ele não depende da nossa vontade. Esse sistema emite os impulsos que comandam os órgãos internos, por exemplo, ele manda seu coração bater, os movimentos peristálticos do seu sistema digestório, sua pressão arterial, sua temperatura, etc. Ele ainda é dividido em simpático e parassimpático, que têm ações opostas (exemplo: o simpático aumenta os batimentos do coração enquanto o parassimpático os diminui).


Fonte: link

Para ilustrar melhor toda essa complicação, segue uma sugestão de vídeo:

O sistema nervoso - parte 1
O sistema nervoso - parte 2
O sistema nervoso - parte 3




domingo, 12 de agosto de 2012

O que você precisa entender sobre o colesterol para se cuidar melhor

Esclarecimentos e orientações sobre o colesterol, o vilão do nosso tempo.

Texto inicialmente publicado no Blog do Indike.

Fala-se muito sobre um dos maiores vilões do nosso tempo, o colesterol. Mas ainda existem inúmeras dúvidas sobre ele (É bom? É ruim? Eu tenho? Como controlo??). Minha missão aqui é tentar esclarecer o máximo que eu puder. Para facilitar, vamos por partes.

Fonte: link


Primeiro: ele não é de todo mal. Sem ele nosso corpo padeceria, pois ele é necessário para constituir as membranas das células, proteger os nervos, sintetizar vitamina D, além de ser matéria prima para a produção de hormônios importantes como cortisol, testosterona e progesterona.

Segundo: todos nós temos – ou deveríamos ter – colesterol no nosso organismo.

Grande parte do colesterol que temos no corpo é produzido por nossas próprias células – nossa genética determina se produzimos muito ou pouco. Outra parte é proveniente daquilo que comemos. Dessa forma, quando alguém diz “Doutor, eu tenho colesterol”, ele está querendo dizer que tem colesterol em excesso, acima do limite normal.

Terceiro: não precisa estar acima do peso para que as taxas de colesterol estejam acima do limite. Magros também podem ter colesterol elevado!

O excesso de colesterol no sangue não dá sintomas, ou seja, se não for feito exame de sangue, a pessoa não saberá como estão suas taxas.

Quarto: as mais importantes sociedades de cardiologia recomendam que seja feito o exame de sangue para avaliar as taxas de colesterol a cada 5 anos a partir dos 20 anos de idade.

O exame de sangue solicitado pelo médico normalmente dosa o colesterol total e as suas frações. Vou explicar brevemente para que você entenda o conceito de colesterol bom e ruim.

O colesterol é uma molécula insolúvel no sangue. Sendo assim, quando você toma um sorvete de chocolate com chantilly, aquele colesterol absorvido por você precisa se ligar a outras moléculas transportadoras que o “carreguem”, transportando-o pelo sangue de um lado para outro. Dessa forma, o colesterol dosado no sangue está necessariamente ligado à alguma dessas substâncias. As mais importantes são o LDL e o HDL, justamente o que chamamos de colesterol ruim e colesterol bom.

· O LDL é chamado colesterol ruim porque, quando está em excesso,tende a depositar o colesterol nas artérias importantes, formando as famosas placas de aterosclerose, que podem levar à obstrução dos vasos sanguíneos e causar infartos do coração e AVCs (os chamados derrames cerebrais).

Esquema que demonstra a formação da placa de ateroma, pelo colesterol ruim.
Fonte: link


· O HDL é chamado de colesterol bom porque essa molécula tende a remover o colesterol das artérias, levando-o de volta ao fígado.

Então, levando em consideração que o colesterol total dosado no sangue inclui as taxas de colesterol bom, ruim e de outras moléculas, é importante que o colesterol ruim esteja baixo e o colesterol bom, alto, resultando num colesterol total nos limites normais.

Para fazer esse exame é preciso estar em 12 horas de jejum (podendo ingerir apenas água nesse período).

Quinto: o rótulo de vilão não é injusto, considerando que ele é um dos principais fatores de risco para as duas maiores causas de morte no mundo: infarto do miocárdio (o infarto do coração) e acidente vascular cerebral (o AVC).

Sexto: independente de sua idade e sexo, tome ações para controlar seu colesterol antes que seja tarde.
Os alimentos com gorduras saturadas aumentam o colesterol em até 15 a 25%. Assim, mesmo o colesterol sendo de origem animal, algumas fontes de origem vegetal (como as frituras em óleo, margarina cremosa, por exemplo) não contêm colesterol, mas podem aumentá-lo.

Sempre digo que não é preciso parar de comer. Como tudo na vida, equilíbrio é o segredo.

Evite carnes gordas, pele de frango, embutidos (presunto, salame, bacon). Coma mais peixes, frutas e vegetais ricos em fibras. Diminua a quantidade de gemas ingeridas por semana e lembre-se que a maionese é feita delas! Prefira grelhados às frituras. Prefira azeite de oliva à manteiga ou margarina. Prefira queijos mais brancos aos mais amarelos. Prefira leite desnatado ao leite integral. Prefira sorvetes de frutas aos sorvetes feitos com leite – e não os cubra com chantilly. 

Fonte:  https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiXOvOEdE7ap30ajSg4tVa5m9GchGtp3RLbOfmSAey8gpCQYHe3_-2xfuLeWAY-r_DSvaX0id4YW1SViVSifZBG1ZyI0xbemtaSPmmFhlaEno_uCmnwK8IQewOZrbRl7tfON_XkVbv_Zuo/s1600/alimentos_colesterol.jpg 


Além disso, fazer uma atividade física aeróbica (caminhada, corrida, patinação, natação) por 30 minutos por dia, 5 vezes por semana aumentam o colesterol bom e diminuem seu risco de infarto!

Pequenas ações podem fazer a diferença na sua saúde.

Sugestão de vídeo: clique aqui!

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Como prevenir-se das hepatites virais


Texto publicado inicialmente no Blog do Indike, onde mantenho uma coluna mensal.

Hepatite significa inflamação no fígado. Toda inflamação acontece quando nosso corpo luta contra um agressor ou trauma, seja um corte, um espinho, uma substância tóxica ou um microorganismo.

Isso significa que, quando temos uma parte do nosso corpo inflamada, ela não funcionará direito pois estará ocupada tentando defender-se.  De forma bem simplista: imagine o canto da sua unha inflamado; ele pode inchar e doer tanto (são as células tentando resolver o problema) que pode impedir que o dedo realize suas funções.

O fígado executa inúmeras funções dentro de nós, por isso  ele é tão importante. Dentre outras coisas, ele processa um monte de substâncias que precisamos para viver, armazena as mais importantes, produz a bile que ajuda a digerir as gorduras e processa células velhas do sangue.

Imagine quantas consequências uma inflamaçâo desse órgão pode gerar?

Hepatite, portanto, é doença grave!

Grave e pode ter muitas causas. Por exemplo: abuso de bebidas alcoólicas ou de alguns medicamentos ou contaminação pelo vírus da hepatite.

As hepatites virais, além de serem mais conhecidas pela população, são consideradas um problema de saúde pública. Por serem causadas por vírus, são contagiosas! Mas calma, não se pega hepatite como se pega gripe. Cada tipo de vírus funciona de um jeito.

Existem vários tipos de vírus que podem causar hepatite. As mais comuns são A, B e C. Vamos à elas.
A hepatite A é mais comum em crianças e normalmente não é tão grave, pois o fígado consegue reagir bem a esse vírus e eliminá-lo rapidamente do organismo. Quando isso acontece significa cura, tudo volta ao normal.

Dizemos que nesses casos só existe a fase aguda da doença, que pode apresentar sintomas ou não. Os sintomas, quando aparecem podem se assemelhar a uma gripe. Pode dar enjôo, tontura, febre, vômitos. A pele e os olhos podem ficar amarelados e as fezes mais esbranquiçadas.

Uma pessoa pode se contaminar com esse vírus ao ingerir água ou alimentos contaminados com o vírus que outra pessoa contaminada eliminou nas fezes e foi parar em algum riacho. Por isso, para se prevenir contra hepatite A é importante lavar as mãos sempre antes de comer, lavar os alimentos que são comidos crus e somente beber água tratada filtrada ou fervida (lavar também, senão não resolve).

 Já as hepatites B e C são bem mais graves. Isso porque nem sempre o fígado consegue eliminar esses vírus. Quando isso acontece, depois da fase aguda da doença (assim como na hepatite A, pode não apresentar sintomas, ou muito pouco dos mesmos), o vírus pode ficar ali, quietinho, e provocar uma inflamação crônica, que pode durar anos e a pessoa pode levar muito tempo para descobrir que está doente. Nesse período ela poderá contaminar outras.





O vírus B e C ficam no sangue e é através do contato com sangue contaminado que pode-se pegar essas doenças.

Por conta disso, é recomendado que pessoas que transaram sem camisinha, que receberam transfusão de sangue antes de 1993 ou que compartilhou agulhas/seringas realizem solicitem ao médico o teste das hepatites.

Para se prevenir, fique atento:


·         Não transe sem camisinha (essa forma de contágio é muito comum para o vírus B, menos comum para o vírus C).
·         Não compartilhe agulhas, seringas ou equipamentos para drogas inaladas ou pipadas;
·         Não compartilhe lâminas de barbear ou de depilar.
·         Ao ir à manicure, leve seu próprio material (inclui alicate, afastadores de cutículas, lixa, palitos, toalhas). Se não tiver, providencie logo. Exija materiais esterilizados (aquele forninho tipo de esquentar pão não serve, tem que ser autoclave ou estufa!) ou descartáveis. Exija que as bacias de água sejam forradas com plásticos. 
·         Ao colocar um piercing, mesma coisa: exija materiais descartáveis e esterilizados.
·         Ao fazer uma tatuagem, além de todos esses cuidados, verifique também: a tinta a ser usada em cada pessoa deve ser separada e também descartada, ou seja, o tatuador não pode despejar o restinho que sobrou de novo no pote da tinta, entendeu? O vírus pode sobreviver na tinta e contaminar outros.






A hepatite B ainda pode ser transmitida de mãe para filho, no nascimento. O exame durante o pré-natal é muito importante.

Se a inflamação persite e torna-se crônica, pode evoluir para cirrose e até para câncer de fígado. Então, aquela história de que o fígado se regenera e que não precisa se preocupar com hepatite é pra boi dormir.

Além disso, é mais fácil se contaminar com um vírus de hepatite do que com o HIV. As formas de prevenção são as mesmas, por que não prevenir-se das 2?

Existe vacina para hepatite B. Veja se você pode vacinar-se: http://www.aids.gov.br/pagina/vacina-hepatites

O tratamento existe e pode curar, mas não é um tratamento fácil. Nesse caso, vale o jargão: Prevenir é o melhor remédio.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Como funciona a doação de sangue?

Texto inicialmente publicado no Blog do Indike, onde escrevo uma coluna mensal.


Dia 14 de junho é o Dia Mundial do Doador de Sangue. Em sua campanha de 2012, a Organização Mundial da Saúde (OMS) traz o tema: “Todo doador de sangue é um herói”. Chamar o doador de sangue de herói não é exagero. Aqui no Brasil a doação de sangue é um ato voluntário e altruísta – e salva vidas. Isso é um ato heróico.

Doe sangue. Salve vida.
Cartaz de campanha da OMS para 2012


A OMS preconiza que de 1 a 3% da população entre 18 e 65 anos de cada país seja doadora voluntária de sangue para suprir as demandas locais. No Brasil temos 2% de doadores (a Europa tem 5%), mas precisamos de mais e mais fidelizados, ou seja, que façam da doação de sangue um hábito, pois no Brasil as doações ainda estão vinculadas a campanhas – que acontecem quando o estoque se sangue está baixo – , a catástrofes e a necessidades específicas de conhecidos ou familiares.

Em época de carnaval, férias e frio as doações caem, mas os doentes continuam precisando do sangue. Isso não é bom. Temos que pensar que precisamos manter os bancos de sangue SEMPRE abastecidos. Se houver uma catástrofe, não teremos sangue para os primeiros socorridos. Cirurgias importantes podem ser canceladas se os estoques de sangue não forem suficientes.

Então, como começar?

Se tiver entre 16 e 65 anos (menores de idade precisam de autorização), pesar mais de 50kg e se sentir saudável, procure o hemocentro mais perto de você levando um documento de identificação com foto. Você não deve pagar nada, doar sangue é grátis!


Deve-se parar de fumar 2 horas antes e não ingerir bebidas alcoólicas até 12 horas antes. Mulheres grávidas ou amamentando não podem doar, assim como pessoas em dietas rigorosas.
Não vá em jejum, para doar sangue você deve estar bem alimentado (mas se tiver feito uma refeição muito pesada, vale esperar 2 horas).

Primeiro será feito um furinho do seu dedo (não dói) para verificar se você tem anemia. Depois, serão medidas a pressão arterial, frequência cardíaca e temperatura. Se estiver tudo bem, você será encaminhado para uma entrevista curta e objetiva. Nessa entrevista é essencial que você seja 100% honesto – explico depois. As informações fornecidas nessa entrevista são sigilosas.

O uso de alguns medicamentos, por exemplo, podem impedir a doação temporariamente. Cada caso receberá a orientação devida após a entrevista.

Continuando tudo certo, será feita a coleta do sangue. É puncionada uma veia no braço e colhida uma pequena quantidade de sangue para exames e depois, cerca de 450ml para a bolsa de sangue. Todo o material utilizado pelos bancos de sangue não oferecem risco para o doador. A quantidade doada também é calculada para não lhe fazer falta.

Depois da doação, será oferecido um pequeno lanche e você deverá aguardar alguns minutos para ser dispensado.

O sangue doado passará por uma série de exames antes de ser encaminhado para um doente. Serão feitos exames para detectar doenças infecciosas como AIDS, hepatite B e C, doença de Chagas e sífilis. No caso da AIDS são feitos 2 testes diferentes.

Agora eu explico porque é importantíssimo que você seja honesto durante a entrevista: por serem feitos esses exames, muita gente acha que ir doar sangue é uma forma de fazer um check up. Por exemplo: “Tenho transado sem camisinha mas não tenho coragem de contar para meu médico solicitar exames… Vou doar sangue!”. Esse tipo de comportamento é frequente mas coloca em risco as pessoas que receberão o sangue. Essa pessoa possivelmente não mencionará na entrevista que teve esse comportamento e, para algumas doenças (como a AIDS) existe um fenômeno que chamamos de “janela biológica”, ou seja, os testes não detectam a doença logo após a infecção, podendo levar alguns meses para a doença aparecer nos exames.
No Brasil, quem foi doar sangue para fazer um check up e não conseguiu ser honesto na entrevista ainda é possivel ser feita a auto-exclusão. Basta assinalar num papel, de forma confidencial, que quer que seu sangue seja descartado e não doado.

Doar sangue não vicia, não emagrece nem engorda, seu sangue não afina nem engrossa.Homens podem doar sangue a cada 3 meses e mulheres a cada 4 meses.

Que tal se tornar um herói em 2012? Doe sangue. Salve vidas.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Exames de check up: quando ajudam e quando prejudicam??

Texto publicado inicialmente em minha coluna no Blog do Indike.


Nesse último mês de abril nove sociedades médicas americanas divulgaram uma lista de testes rotineiramente solicitados por médicos e que devem ser reduzidos. Isso foi resultado de uma campanha chamada “Choosing Wisely” (escolhendo sabiamente), que tem por objetivo diminuir gastos desnecessários com saúde nos EUA. O tema gerou repercussão no mundo, incluindo Brasil, pois traz uma reflexão à medicina atual, que tem se superespecializado e focado em exames complementares, muitas vezes esquecendo-se de olhar o principal: o paciente!


Os exames preventivos – conhecidos como exames de check up – são estimulados pelo governo e pelas empresas pois diminuem os gastos com a saúde uma vez que detectam doenças mais rapidamente e evitam os tratamentos mais onerosos. No entanto, tem havido por parte dos médicos e dos pacientes um exagero com relação à solicitação desses exames, o que pode estar gerando essa crise na saúde dos EUA, que não tardará a chegar ao Brasil.

Foi reconhecido finalmente que esse exagero pode trazer problemas não só financeiros, mas também à saúde das pessoas que são submetidas a exames desnecessários.

Dessa forma, é preciso que você fique atento à esse assunto: continua sendo sim muito importante que se detectem doenças precocemente, mas a melhor forma de se fazer isso é através de uma boa consulta médica – com um bom clínico ou médico de família – em que o médico possa ter conhecimento do histórico de saúde seu e de sua família, realizar um exame físico bem completo e então, após análise do seu perfil de idade, sexo, história familiar e eventuais queixas atuais, solicitar os exames mais indicados para o seu caso.
Muitos pacientes se sentem mais seguros quando realizam mais exames. Isso é um equívoco.

Alguns exames que são solicitados sem a indicação clínica podem trazer resultados falso-positivos, ou seja, indicar algo que não existe. Isso confunde o médico, que pode realizar tratamentos ou procedimentos em vão.

A prevenção deve ser individualizada e os exames sempre devem ser correlacionados com a clínica (histórico médico e condições atuais desse paciente). Essa conduta, além de ser menos onerosa para todos, traz melhores resultados para a saúde individual e, por consequência, coletiva.

Normalmente os exames preventivos visam detectar precocemente doenças cardiovasculares (como infarto, derrame, hipertensão, diabetes) e câncer, que são responsáveis pelo maior número de mortes no Brasil e no mundo.

Existem algumas diretrizes que norteiam os médicos a solicitarem os exames adequados a cada tipo de paciente. Cada sociedade médica faz a sua recomendação, mas é função do médico, após avaliar individualmente seu paciente, optar pelos exames mais adequados.

Sendo assim, o melhor check up que você pode fazer é encontrar um bom clínico e seguir suas recomendações. Se você for mulher, é indicado também que visite o ginecologista anualmente.

Por isso eu não colocarei aqui uma tabela com exames a serem solicitados por idade, como muitos leitores deveriam esperar.

Minha intenção é orientar o leitor para que não cheque o status de sua saúde apenas por exames laboratoriais ou de imagem. Você não é uma máquina! Além disso, estamos falando aqui de exames de diagnóstico precoce e, se formos pensar bem, para diagnosticarmos “algo”, esse “algo” já deve estar lá. O melhor dos mundos é esse tal “algo” nem aparecer!

Para isso você não deve se esquecer que o maior responsável pela manutenção da sua saúde é você mesmo e que as melhores e mais eficazes ações de prevenção deverão ser feitas por você, no dia a dia, como ser adepto de uma alimentação saudável, controlar o peso, praticar atividade física regularmente, evitar uso de bebidas alcoólicas, não fumar, usar filtro solar, dedicar um tempo do dia para medidas anti-stress, seja meditação, uma leitura relaxante, o que for melhor pra você.

Cuide-se, ame-se e terá vida longa!

domingo, 15 de abril de 2012

O que uma grávida precisa saber

Nesse texto, publicado no Blog do Indike, eu faço orientações para as gestantes.

Que gravidez não é doença todo mundo sabe. Mas é uma condição que traz alterações no corpo e na vida da mulher além de um monte de dúvidas.

A gestante pode seguir vida normal, devendo apenas tomar alguns cuidados, já que seu corpo não pertencerá somente a ela durante os meses da gravidez. É a primeira grande responsabilidade da maternidade! Ela não poderá mais fumar, beber bebidas alcoólicas, deverá aprender a manejar melhor situações estressantes e nunca tomar um medicamento sem a orientação do médico.


A demanda nutricional aumenta para abastecer também o filhote e a gestante deve ingerir somente alimentos de qualidade, evitar excessos, principalmente de açúcares, e controlar o peso (deve engordar de 9 a 13kg). Se ganhar mais ou menos peso, oferecerá mais riscos para o bebê.

É importante a mulher ter conhecimento de algumas das principais alterações normais do corpo durante a gravidez para que não se assuste quando percebê-las. Para monitorar todas essas mudanças, orientar e tomar providências necessárias para que o bebê se desenvolva bem é imprescindível o acompanhamento Pré Natal por um médico obstetra desde o início da gravidez. Ele poderá dizer se as alterações observadas estão dentro do esperado ou se a gestação é de risco e precisa de cuidados especiais.

Em geral o volume de sangue aumenta e ela passa a reter mais líquidos, o que pode provocar inchaço. A resistência dos vasos diminui para facilitar que o sangue chegue à nova vida. Isso pode diminuir um pouco a pressão arterial nos primeiros meses, dando a sensação de moleza.

Quando a barriga cresce as alterações tornam-se mais notáveis. A pele precisa ser constantemente hidratada para evitar a formação de estrias. Conforme o útero aumenta, desloca os órgãos internos para novas posições:

- Deslocando o estômago pode favorecer refluxo; deve-se então evitar deitar-se logo após comer. A digestão pode ficar um pouco mais lenta e pode-se ter constipação intestinal; comer mais fibras ajuda.
- Comprimindo a bexiga, aumentam as idas ao banheiro, que não devem ser postergadas.
- Também comprime a caixa torácica verticalmente, mas esta expande-se na horizontal, o que não prejudica a respiração, mas a modifica. A respiração também fica mais rápida para que possa dar conta da demanda de oxigênio. Esses fatores podem dar a sensação de falta de ar, queixa frequente nas mulheres no final da gravidez.

Nos últimos meses o inchaço nas pernas pode aumentar pois a barriga dificulta o retorno do sangue das pernas ao coração. O uso de meias compressivas ajuda a evitar o inchaço e varizes, assim como elevar as pernas sempre que puder dar uma relaxada.

Deitar-se de costas a partir do 7° mês pode ser desconfortável, também porque a barriga comprime o retorno do sangue, diminuindo a pressão arterial. O melhor a partir desse período é deitar-se sobre o lado esquerdo.

Para equilibrar-se em seu novo corpo a mulher muda sua postura, normalmente curvando-se para trás. Chegando próximo do parto, os ligamentos da bacia vão se afrouxando e esses fatores podem trazer uma dorzinha no final das costas que pode aliviar com exercícios aquáticos.

Não há evidências de que o repouso absoluto seja benéfico. Na verdade elas mostram que os efeitos psicológicos e sociais desse repouso podem trazer efeitos adversos. Dessa forma, se não houver indicação médica formal, a gestante deverá seguir sua rotina em casa e no trabalho normalmente.Para as gestantes sem história anterior de aborto não foi encontrado risco associado à atividade física durante a jornada de trabalho. São recomendados exercícios leves a moderados (30 min/dia), devendo ser evitados aqueles que ofereçam risco de queda ou trauma abdominal.

A atividade sexual também pode ser mantida sem medo até o final da gravidez.

Ao andar de carro, a mulher grávida não deve temer em colocar o cinto de segurança. Ele só deve ser posicionado corretamente: a faixa abdominal bem abaixo da barriga e a faixa diagonal deve passar sobre o ombro e descer pelo lado da barriga, nunca sobre o útero. Viagens aéreas geralmente são seguras para a grávida até 1 mês antes da data provável do parto.

Se tiver mais dúvidas, deixe um comentário abaixo.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Como funciona nosso corpo: o sistema urinário

Para nos mantermos vivos nossas células precisam metabolizar tudo o que entra em nosso organismo transformando o ar que respiramos, um prato de comida ou um copo de suco em energia para a vida - delas e nossa.

No entanto, sabemos que nem tudo o que entra em nossos corpos é utilizado. E o que não é útil para nossas células vira lixo dentro da gente. Os nossos resíduos, são, dentre outros, a uréia, a creatinina, o ácido úrico, etc e precisam ser eliminados de alguma forma.

Parte desses resíduos, como o gás carbônico e parte da água são excretados pela respiração. Outra quantia de água e de sais é eliminada pelo suor conforme as variações de temperatura. O que comemos e não aproveitamos sai pelo sistema digestório na forma de cocô. O restante é eliminado através da urina.


Esquema representativo da função desse sistema excretor.
Imagem coletada da internet, sem citação de autor. Link aqui.

A urina é formada no sistema urinário, que é composto pelos rins, ureteres, bexiga e uretra.







As substâncias que não são mais importantes para nós e que não podem ser excretadas pelo ar expirado, suor ou fezes são jogados em nossa corrente sanguínea. É como se as células reservassem seu lixo e colocassem na rua para que o lixeiro possa recolher. Assim, o sangue passa por cada célula através dos capilares sanguíneos e captam esse resíduo, que fica circulando dentro dos vasos do corpo até chegarem aos rins.

Os rins funcionam como verdadeiros filtros. Normalmente temos 2 deles, mas podemos viver somente com 1, se este estiver em boas condições.

O sangue chega nos rins através da artéria renal. Dentro do rim, essa artéria vai se ramificando até se transformar em minúsculos capilares que se enovelam em um determinado ponto, formando o filtro propriamente dito, que começa a formar a urina. A esse novelo damos o nome de glomérulo.

Mas os capilares não terminam nesse novelinho. Eles seguem envolvendo o pequeno tubo que carrega a urina em formação e, como todo capilar, vão novamente se juntando e engrossando até transformarem-se em veia, deixando o rim através da veia renal, esta, carregada de sangue já filtrado.



Esquema mostrando o rim e uma de suas minúsculas estruturas funcionais: o néfron. O néfron contém o glomérulo, que é o novelinho de capilares onde o sangue é filtrado e o túbulo formador de urina, rodeado por capilares.
Imagem coletada da internet, sem citação de autoria.


No glomérulo então, o sangue é filtrado, passando para o túbulo formador de urina: água, resíduos e sais que estão em excesso no sangue, sendo considerados nossas excretas.


Ao longo desses túbulos, que seguem envolvidos por capilares, o nosso corpo vai inteligentemente ajustando a quantidade de sais e água. Por exemplo: se estamos desidratados (temos pouca água no corpo), não poderemos eliminar muito dessa preciosa água na urina; dessa forma, parte da água que foi filtrada para o túbulo deve ser reabsorvida pelos capilares, voltando para a corrente sanguínea. O oposto ocorre se tivermos água em excesso. O mesmo raciocínio funciona para outras substâncias úteis, ou inúteis, que passaram pelo filtro: reabsorve açúcares, proteínas e outros nutrientes úteis, ajusta o balanço de ácidos, bases e outros íons, para manter o equilíbrio que nosso corpo precisa.

Especialmente nos casos de desidratação, nosso corpo conta com um mecanismo que nos ajuda a não disperdiçarmos água. Trata-se de um hormônio chamado de vasopressina, ou anti-diurético. Esse hormônio age nesses túbulos formadores de urina e promove uma maior reabsorção de água de volta para o sangue, fazendo nossa urina ficar mais concentrada, ou seja, com menos água. Isso ajuda a não nos desidratarmos mais. O álcool inibe esse hormônio, fazendo com que eliminemos muita água na urina. Por isso é que vamos tanto ao banheiro quando bebemos bebidas alcoólicas. Uma dica, se for ingerir álcool, é que você tome também bastante água, para não se desidratar.

Quanto mais escura a urina, menos água ela contém, mostrando que precisamos nos hidratar mais.
Imagem coletada da internet sem citação de autoria.


Esse processo de balanço de substâncias entre o sangue e a urina é muito complexo e não é objetivo dessa postagem detalhá-lo aqui. Mas considero importante falar que, além do papel de filtro e de manter o balanço de substãncias importantes no sangue, o rim produz alguns hormônios, como a eritropoitina, que ajuda a regular a produção de glóbulos vermelhos e a renina, que ajuda a controlar a pressão sanguínea.

Após todo esse entra e sai de substâncias, a urina sai dos túbulos pronta, composta de praticamente 90% de água. O restante de sua composição dependerá de nossa dieta e das atividades de nossas células.

Se ela contiver grande quantidade de resíduos que possam sedimentar e empedrar, como cálcio, por exemplo, podem ser formadas pedrinhas, que, dependendo do tamanho, podem obstruir os ureteres ou machucá-los, durante o trajeto. São as famosas "pedras nos rins". Por isso é preciso controlar nossa alimentação e ingerir bastante água. Mesmo em pessoas que têm predisposição para formar as pedrinhas, ingerir bastante água pode ajudar a diluir esses resíduos, impedindo que empedrem.

Imagem ilustrativa de pedras nos rins e no ureter, obstruindo a passagem de urina.
Imagem coletada da internet sem citação de autoria.


Os túbulos vão se ligando uns aos outros até deixarem os rins já na forma de ureteres.

De cada rim sai um ureter, que segue para baixo, ligando-se à bexiga, já na parte bem baixa da nossa barriga. Lá então a urina é despejada e fica armazenada até que possa ser expelida.

A bexiga é um saco feito de músculo, capaz de se distender e se contrair. Existe um furo de saída para a urina, que é o início da uretra. No entanto, essa saída é regulada por um músculo chamado esfíncter, que rodeia o início da uretra, prendendo a urina dentro da bexiga.

Esquema mostrando o armazenamento de urina na bexiga, os orifícios de entrada dos ureteres, o orifício de saída da uretra e o músculo esfíncter.
Imagem coletada da internet sem citação de autoria.


Quando o músculo da bexiga está distendido, por ter um determinado volume de urina, ele envia sinais nervosos ao cérebro (este é nosso grande governante), que entende que precisamos urinar. O cérebro, então, por sua vez, envia sinais ao músculo esfìncter para que este relaxe e libere a saída da urina para a uretra.

Inicia-se aí a micção. A uretra é um tubo que liga a bexiga ao exterior do corpo, direcionando a urina para fora da gente.

Nos homens a uretra atravessa o pênis, coincidindo com parte do sistema reprodutor masculino, pois a ejaculação passa pelo mesmo canal da urina. Já nas mulheres, os canais urinário e reprodutor não são os mesmos: a uretra desemboca pouco acima do orifício da vagina.

Imagem coletada da internet, sem citação de autoria.


Pelo fato de as mulheres não terem pênis, sua uretra é mais curta, o que facilita a entrada de microorganismos que podem causar infecções, como bactérias e fungos. Por isso as mulheres devem ser muito mais cuidadosas na hora da higiene íntima. Cuidados simples, como a limpeza "da frente pra trás", após o xixi podem evitar infecções urinárias.

Conhecendo a importância desse sistema de limpeza do corpo, fica fácil entender porque urinar é vital. Se nossos rins não funcionam corretamente, o lixo se acumula no sangue, nos intoxicando. Por isso as pessoas com insuficiência renal precisam fazer a diálise ou hemodiálise. Esse procedimento filtra o sangue por meio de máquinas, evitando que a pessoa doente morra por excesso de resíduos prejudiciais.

Hemodiálise, quando os rins não fincionam.
Imagem coletada da internet, sem citação de autoria.



Para ajudar nosso sistema urinário a funcionar bem precisamos ingerir muita água e evitar excesso de medicamentos, principalmente os anti-inflamatórios, que podem ser prejudiciais aos rins.

Se tiver dúvidas ou sugestões, deixe um comentário!


Vídeo sugerido, com imagens que facilitam o entendimento do que foi explicado aqui.
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