Texto publicado inicialmente no Blog do Indike, onde mantenho uma coluna mensal.
Hepatite significa inflamação no
fígado. Toda inflamação acontece quando nosso corpo luta contra um agressor ou
trauma, seja um corte, um espinho, uma substância tóxica ou um microorganismo.
Isso significa que, quando temos uma
parte do nosso corpo inflamada, ela não funcionará direito pois estará ocupada
tentando defender-se. De forma bem
simplista: imagine o canto da sua unha inflamado; ele pode inchar e doer tanto
(são as células tentando resolver o problema) que pode impedir que o dedo realize
suas funções.
O fígado executa inúmeras funções
dentro de nós, por isso ele é tão
importante. Dentre outras coisas, ele processa um monte de substâncias que
precisamos para viver, armazena as mais importantes, produz a bile que ajuda a
digerir as gorduras e processa células velhas do sangue.
Imagine quantas consequências uma
inflamaçâo desse órgão pode gerar?
Hepatite, portanto, é doença grave!
Grave e pode ter muitas causas. Por
exemplo: abuso de bebidas alcoólicas ou de alguns medicamentos ou contaminação
pelo vírus da hepatite.
As hepatites virais, além de serem
mais conhecidas pela população, são consideradas um problema de saúde pública. Por
serem causadas por vírus, são contagiosas! Mas calma, não se pega hepatite como
se pega gripe. Cada tipo de vírus funciona de um jeito.
Existem vários tipos de vírus que
podem causar hepatite. As mais comuns são A, B e C. Vamos à elas.
A hepatite A é mais comum em crianças
e normalmente não é tão grave, pois o fígado consegue reagir bem a esse vírus e
eliminá-lo rapidamente do organismo. Quando isso acontece significa cura, tudo
volta ao normal.
Dizemos que nesses casos só existe a
fase aguda da doença, que pode apresentar sintomas ou não. Os sintomas, quando
aparecem podem se assemelhar a uma gripe. Pode dar enjôo, tontura, febre,
vômitos. A pele e os olhos podem ficar amarelados e as fezes mais
esbranquiçadas.
Uma pessoa pode se contaminar com
esse vírus ao ingerir água ou alimentos contaminados com o vírus que outra
pessoa contaminada eliminou nas fezes e foi parar em algum riacho. Por isso,
para se prevenir contra hepatite A é importante lavar as mãos sempre antes de
comer, lavar os alimentos que são comidos crus e somente beber água tratada filtrada
ou fervida (lavar também, senão não resolve).
Já as hepatites B e C são bem mais graves.
Isso porque nem sempre o fígado consegue eliminar esses vírus. Quando isso
acontece, depois da fase aguda da doença (assim como na hepatite A, pode não
apresentar sintomas, ou muito pouco dos mesmos), o vírus pode ficar ali,
quietinho, e provocar uma inflamação crônica, que pode durar anos e a pessoa
pode levar muito tempo para descobrir que está doente. Nesse período ela poderá
contaminar outras.
O vírus B e C ficam no sangue e é
através do contato com sangue contaminado que pode-se pegar essas doenças.
Por conta disso, é recomendado que
pessoas que transaram sem camisinha, que receberam transfusão de sangue antes
de 1993 ou que compartilhou agulhas/seringas realizem solicitem ao médico o
teste das hepatites.
Para se prevenir, fique atento:
· Não transe sem camisinha (essa forma de contágio é muito comum para o vírus B, menos comum para o vírus C).
· Não compartilhe agulhas, seringas ou equipamentos para drogas inaladas ou pipadas;
· Não compartilhe lâminas de barbear ou de depilar.
· Ao ir à manicure, leve seu próprio material (inclui alicate, afastadores de cutículas, lixa, palitos, toalhas). Se não tiver, providencie logo. Exija materiais esterilizados (aquele forninho tipo de esquentar pão não serve, tem que ser autoclave ou estufa!) ou descartáveis. Exija que as bacias de água sejam forradas com plásticos.
· Ao colocar um piercing, mesma coisa: exija materiais descartáveis e esterilizados.
· Ao fazer uma tatuagem, além de todos esses cuidados, verifique também: a tinta a ser usada em cada pessoa deve ser separada e também descartada, ou seja, o tatuador não pode despejar o restinho que sobrou de novo no pote da tinta, entendeu? O vírus pode sobreviver na tinta e contaminar outros.
· Não transe sem camisinha (essa forma de contágio é muito comum para o vírus B, menos comum para o vírus C).
· Não compartilhe agulhas, seringas ou equipamentos para drogas inaladas ou pipadas;
· Não compartilhe lâminas de barbear ou de depilar.
· Ao ir à manicure, leve seu próprio material (inclui alicate, afastadores de cutículas, lixa, palitos, toalhas). Se não tiver, providencie logo. Exija materiais esterilizados (aquele forninho tipo de esquentar pão não serve, tem que ser autoclave ou estufa!) ou descartáveis. Exija que as bacias de água sejam forradas com plásticos.
· Ao colocar um piercing, mesma coisa: exija materiais descartáveis e esterilizados.
· Ao fazer uma tatuagem, além de todos esses cuidados, verifique também: a tinta a ser usada em cada pessoa deve ser separada e também descartada, ou seja, o tatuador não pode despejar o restinho que sobrou de novo no pote da tinta, entendeu? O vírus pode sobreviver na tinta e contaminar outros.
A hepatite B ainda pode ser transmitida de mãe para filho, no nascimento. O exame durante o pré-natal é muito importante.
Se a inflamação persite e torna-se
crônica, pode evoluir para cirrose e até para câncer de fígado. Então, aquela
história de que o fígado se regenera e que não precisa se preocupar com
hepatite é pra boi dormir.
Além disso, é mais fácil se
contaminar com um vírus de hepatite do que com o HIV. As formas de prevenção
são as mesmas, por que não prevenir-se das 2?
Existe vacina para hepatite B. Veja
se você pode vacinar-se: http://www.aids.gov.br/pagina/vacina-hepatites
O tratamento existe e pode curar, mas
não é um tratamento fácil. Nesse caso, vale o jargão: Prevenir é o melhor
remédio.