segunda-feira, 27 de maio de 2013

Entenda a infecção hospitalar

É frequente que pessoas que não trabalham na área da saúde, ao ouvirem o tema infecção hospitalar, pensem logo em erro de profissionais, processos judiciais contra os hospitais e coisas do tipo. Acho importante que esse tema seja discutido para conscientizar as pessoas de seu real significado, suas causas, sua importância e, principalmente, como evitá-la.

Fonte da imagem: aqui


Uma infecção acontece quando nosso corpo é invadido por algum microorganismo estranho, como uma bactéria, um vírus, um fungo. Esse agente estranho ao nosso organismo poderá causar alguns estragos dependendo de onde ele preferir se acomodar e proliferar, como inflamações e alteração da função normal de alguns órgãos. Com frequência nosso sistema imunológico (de defesa) tem capacidade de lutar contra esses invasores e expulsá-los, mas às vezes precisamos da ajuda de fora, como por exemplo, medicamentos que sejam capazes de matá-los (os antibióticos).

Infecção hospitalar, por sua vez, é definida como uma infecção que foi adquirida após a admissão do paciente no hospital e pode manifestar-se tanto durante a internação como após a alta, sendo sempre relacionada com procedimentos de assistência à saúde.

Os microorganismos podem ser transmitidos de pessoa a pessoa pelas mãos, por gotículas de saliva que ficam esparsas no ar ou pela contaminação de materiais como sondas, cateteres, maçanetas, corrimões etc.

Então imagine: num ambiente hospitalar há alta concentração de indivíduos doentes, muitos portando infecções causadas pelos mais diversos microorganismos. Esses indivíduos estão em constante contato com outras pessoas: médicos os examinam, enfermeiros administram medicamentos, trocam sondas e ainda visitantes os cumprimentam, abraçam e beijam. Às vezes, quando podem dar uma voltinha pelos corredores, eventualmente cobrem um espirro repentino com a mesma mão que abrem uma porta ou seguram o corrimão da escada. Nesse mesmo hospital há inúmeros pacientes internados que apresentam seu sistema imunológico não funcionando a todo vapor, como idosos, crianças, pessoas diabéticas, com câncer, transplantados ou mesmo pessoas que estão tomando antibióticos por período suficiente para que esse medicamento destruísse a flora de microorganismos normal do corpo, deixando mais espaço para invasores.

Se conseguiu visualizar essa cena, não fica difícil entender o motivo das infecções hospitalares acontecerem. Note que essa cena não descreve um hospital sujo, com profissionais irresponsáveis ou pacientes com doenças esquisitas. Trata-se de um hospital comum.

Normalmente os médicos e enfermeiros são „imunes“ à essas infecções porque eles não estão ali com a saúde debilitada e seu sistema imunológico funciona bem. O mesmo ocorre com os visitantes. Mas não é o que acontece com os doentes internados, que são pessoas mais suscetíveis à infecções.

Também vale ressaltar que normalmente os microorganismos que „circulam“ pelos hospitais tendem a ser agentes mais resistentes ao tratamento, uma vez que são sobreviventes de tratamentos anteriores com um ou mais antibióticos.

Dessa forma, a melhor maneira de se prevenir a infecção hospitalar é evitando que um microorganismo saia de um indivíduo e atinja outro doente. Isso é conseguido com a esterilização de materiais cirúrgicos, sondas, catéteres e, mais simples, mas não menos importante: com a lavagem adequada e frequente das mãos.

Assim, qualquer pessoa, seja profissional de saúde ou visitante, que entrar em contato com alguém doente deve lavar bem as mãos com água e sabão antes e depois desse contato. O uso de álcool gel também é eficaz nesses casos.

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Pessoas que estiverem gripadas, resfriadas, com diarréia, infecções de pele ou mesmo crianças com doenças comuns da infância devem evitar visitar parentes ou amigos nos hospitais. Lembre-se que as pessoas que ali estão poderão reagir mal ao microorganismo que estamos carregando. Também não se recomenda que recém nascidos sejam muito manipulados ou beijados durante as visitas, mesmo por pessoas aparentemente saudáveis, pois o sistema de defesa deles ainda não está bem formado.



Este texto foi escrito por mim e publicado inicialmente no Indike.

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